O deputado federal Messias Donato assinou requerimento de informação para que o ministro da Secretaria de Comunicação do Governo, Paulo Pimenta, esclareça sua fala, quando afirmou: “Tem uma coisa importante para ti no início da reunião. Botar pra foder com eles”.
O requerimento é de autoria do deputado federal Gustavo Gayer.
O áudio da fala de Pimenta revela a tentativa do governo federal de censurar figuras públicas que denunciam as irregularidades ou a incompetência de Lula na gestão dos desastres no Rio Grande do Sul.
Em determinado momento, o ministro cita “bolsonaristas” e afirmou que sua fala representa uma indignação contra uma "indústria de fake news", que é "alimentada de forma organizada por influenciadores da extremadireita e parlamentares".
Os parlamentares que assinam o requerimento ressaltam que “tentativas de silenciar vozes críticas e desacreditar informações divergentes, apenas minam a confiança do público nas autoridades e dificultam a resposta adequada aos desafios enfrentados”.
Paulo Pimenta também disse: "se estamos em uma ‘guerra’ para salvar vidas, quem age como traidor tem que ser tratado como traidor, pois prejudica o trabalhado de resgate e salvamento. As Forças Armadas e as equipes de resgate da Defesa Civil estão exausta de tanta fake news".
Em relação a esse trecho os deputados apontam que ele “adota uma retórica perigosa e antidemocrática. Associar a disseminação de ‘fake news’ ao comportamento de traidores e sugerir punições severas para aqueles que supostamente as propagam é uma tentativa alarmante de reprimir a liberdade de expressão e criminalizar o exercício legítimo do direito à informação”.
Os questionamentos são:
1) Como o Ministro justifica o uso de linguagem agressiva e inadequada durante uma reunião oficial, especialmente em um contexto de crise humanitária como as enchentes no Rio Grande do Sul?
2) De que forma o Ministro acredita que suas declarações, como "Botar pra foder com eles", contribuem para uma comunicação ética, transparente e respeitosa por parte do governo, especialmente em momentos de emergência e crise?
3) Como o Ministro justifica a associação entre a disseminação de "fake news" e o comportamento de traidores, além da sugestão de tratá-los como tal? Isso não configura uma tentativa de criminalização da liberdade de expressão e do direito à informação?
4) Considerando que a disseminação de informações precisas e confiáveis, é crucial para coordenar eficazmente as operações de resgate e assistência em situações de emergência, como o Ministro acredita que suas declarações beligerantes e desacreditadoras contribuem para esse objetivo?
5) Quanto à fala: "Tem uma coisa importante para ti no início da reunião. Botar pra foder com eles", e, acrescenta: "Mandar prender. Não aguento mais fake news", pergunta-se:
a) A que tipo de Fake News o Ministro se refere? Onde está sendo veiculada essa Fake News?
b) Quem são essas pessoas ao qual o Sr. Ministro se refere? (Favor enviar lista detalhada dos nomes)
c) Quem são as pessoas que o Sr. Ministro quer mandar prender? (Favor enviar lista detalhada dos nomes)
6) Na afirmação realizada: "Se estamos em uma ‘guerra’ para salvar vidas, quem age como traidor tem que ser tratado como traidor, pois prejudica o trabalhado de resgate e salvamento. As Forças Armadas e as equipes de resgate da Defesa Civil estão exausta de tanta fake news", quem seriam os supostos “Traidores” ao qual o Sr. Ministro se refere? (Favor enviar lista detalhada dos nomes)
7) Em outra afirmação proferida pelo Sr. Ministro, que sua fala representa uma indignação contra uma "indústria de fake news", que é "alimentada de forma organizada por influenciadores da extrema-direita e parlamentares", pergunta-se:
a) Qual seria essa suposta "indústria de fake news"? (Favor enviar dados que comprovem essa afirmação);
b) Qual seria a “organização de influenciadores da extrema-direita e parlamentares”? (Favor enviar lista de todos os participantes, detalhando as “supostas” atividades que comprovem essa afirmação).
8) Qual é o compromisso do governo em garantir uma comunicação oficial transparente, baseada em evidências, e respeitosa com a população afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul? Como as declarações do Ministro se alinham a esse compromisso?
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